Livro riscado com caneta vermelha

Anda meio difícil eu dar as caras aqui no blog, mas finalmente tomei vergonha na cara. E venho falar de um livro lindo, ao mesmo tempo em que conto uma situação curiosa durante a minha leitura dele.

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Fui na biblioteca pública pegar “Extremamente Alto & Incrivelmente Perto” para ler. Eu sei que ele já foi até adaptado para o cinema, mas não vi o filme. A história traz o sensível e inteligente Oskar, que era muito ligado ao pai e cria uma missão para si próprio de se sentir mais próximo dele após a sua morte, o que o leva a conhecer várias pessoas pela cidade de Nova York.

Pois bem, antes de começar a leitura em si, descobri que havia um bilhetinho na última página do livro, que declarava: “Livro riscado com caneta vermelha”. Achei aquilo, no mínimo, curioso. Já peguei muitos livros na biblioteca que têm várias anotações feitas à lápis, mas umas marcações de caneta vermelha me pareciam, no mínimo, audaciosas.

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Fui aos poucos lendo o livro e percebendo que há muita informação não textual na história. Há fotos de maçanetas. Há páginas rabiscadas com várias cores. E eis que eu cheguei nas tais páginas marcadas com caneta vermelha.

Mas, na história, o pai de Oskar tinha o costume de marcar as páginas do jornal com caneta vermelha, quando encontrava erros ortográficos. E nessas páginas há vários erros ortográficos… que foram marcados com caneta vermelha pelo personagem!

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Fim do mistério.

O Castelo dos Destinos Cruzados

Vou começar este texto com uma confissão: O Castelo dos Destinos Cruzados foi o primeiro livro de Italo Calvino que eu li em minha vida. Poderia considerar isso uma gafe, mas vou seguir a Tássia e deixar essa ideia de gafes literárias para lá, afinal a vida é muito curta para ler tudo o que a gente quer.

Eu tive uma época na minha adolescência em que fui meio fascinada por cartas de tarô e até tentei entender como funcionava a interpretação do futuro por meio delas. No fim não passou de uma curiosidade, mas as cartas exercem mesmo uma certa força na nossa imaginação.

Esse ponto da imaginação que é a grande sacada genial de O Castelo dos Destinos Cruzados. Um grupo de viajantes (de várias origens diferentes) se encontra reunido em um castelo, onde descobrem que não conseguem mais falar. Na necessidade de contarem suas histórias, fazem uso de cartas de tarô que, colocadas em determinada ordem, levam a uma interpretação.

O interessante é que as histórias dos vários personagens vão se cruzando nas diferentes cartas dispostas na mesa, sendo que a interpretação das cartas varia de acordo com as histórias em que vão sendo inseridas. Tudo é muito intrincado, numa construção narrativa surpreendente.

O livro conta ainda com outra história similar, que em vez de se passar no castelo, passa-se numa taverna. A versão do baralho de tarô é outra, bem como a natureza das histórias difere um bocado. E ali, o cruzamento das aventuras dos personagens não é tão perfeito – fato que o próprio Calvino comenta ao final do livro. Mas, ele ficou um tempão se empenhando em conseguir amarrar tudo tão bem quanto no castelo, até que acabou desistindo antes de enlouquecer.

A narrativa não deixa de ser genial por isso, de qualquer forma.

Comprando no impulso

marinaEu não sou exatamente uma pessoa impulsiva com compras, e menos ainda quando o assunto são livros. Mas eis que eu dei uma bola fora esses dias.

Estava numa livraria/sebo de um amigo e me deparei com um livro de Marina Colasanti que eu não havia lido. Adoro a autora devido aos seus contos curtinhos, meio realismo fantástico, meio fantasia, e cheios de ótimos tiradas. Então peguei o livro, fui ao caixa e comprei na hora.

Nem tinha lido a orelha, nada. O livro em questão se chama “E Por Falar em Amor”, e eu estava crente que era mais uma obra de contos da autora – já que ela tem títulos que seguem esse tipo de temática como “Contos de amor rasgados”.

Pois bem, abro o livro empolgada e eis que se trata de um ensaio sobre o amor, casamento, ciúmes, etc, etc, etc. Dei uma desanimada, mas acabei lendo inteiro, já que tinha comprado mesmo.

Gostei? Não. Não curto esse tipo de leitura, talvez achasse legal quando fosse mais nova e ficasse pirando no assunto. Hoje em dia, pra mim, é uma questão que não sinto necessidade de consumir em obras – não sou de gostar de livros/filmes românticos ou coisas do tipo.

Mas continuo gostando da Marina Colasanti, só indico que vão ler outras obras dela, pra conhecer.